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Revista da CAASP / Abril 2013
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PARCERIA
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s quase 7 bilhões de habitantes da Terra falam aproximadamente 7 mil idiomas. Mas
o mundo dos negócios globalizados é monoglota - fala inglês. Os executivos com boa
vontade ­ e maior bagagem cultural ­ fazem concessões ao espanhol e ao francês. Para
muitos especialistas, como o Nobel de Literatura José Saramago, o português é a língua de mais
bela sonoridade. Porém, para quem quer progredir na carreira, não basta falar um idioma bonito.
É preciso se fazer entender, e o português tem alcance restrito, mesmo sendo a língua nativa de
280 milhões de pessoas. No ranking dos idiomas mais falados do mundo, ocupa a sétima posição.
É melhor que a posição atual da seleção brasileira de futebol na listagem da Fifa, a décima-terceira,
mas insuficiente para torná-la relevante como idioma universal.
"Hoje em dia, ter um segundo idioma não é mais uma opção, é primordial", diz Sofia Zaman
Boaventura, coordenadora de uma escola de inglês. E isso, segundo os especialistas, vale não
apenas para quem ocupa lugares no topo da hierarquia empresarial. "Com o crescimento de
eventos internacionais no Brasil, como a Copa do Mundo, as Olimpíadas, exposições e feiras, que
geram muitas oportunidades de emprego, até profissionais em postos mais modestos, como
recepcionistas e taxistas, têm vantagens quando falam o segundo idioma", acrescenta. Para os que
ocupam posição de maior responsabilidade em organizações empresariais, o domínio da segunda
língua é obrigatório.
Segundo pesquisa realizada por uma das maiores empresas de recursos humanos do Brasil, a Catho,
intitulada "A Contratação, a Demissão e a Carreira dos Executivos Brasileiros", que contou com a
participação de 16.207 profissionais de diversas áreas, apenas 7,7% dos entrevistados informaram
dominar língua inglesa. No topo da pirâmide, esse percentual sobe.
De acordo com o levantamento da Catho, os profissionais com níveis hierárquicos mais altos
possuem mais conhecimento no idioma, como presidentes (18,2%), vice-presidentes (16,1%) e
diretores (18,6%). Na pesquisa realizada em 2007, 22,4% dos participantes do programa de treinee
falavam inglês. Já na edição de 2009, esse número subiu para 24,5%.
Reportagem de Joaquim de Carvalho