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Revista da CAASP / Abril 2013
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SAÚDE
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o dia 2 de janeiro de 2013, a brasileira Helen Leite, de 25 anos, embarcou no Boeing 777
da American Airlines que sairia do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo,
com destino a cidade de Dallas, no Texas (EUA). Ela aproveitara as festas de fim de ano para
visitar os pais em Palmital, no interior paulista, e retornava aos Estados Unidos para concluir o curso
de inglês iniciado havia seis meses. A duração prevista para a viagem era de 14 horas. Após oito horas
de voo, Helen começou a passar mal e foi socorrida por médicos que se encontravam a bordo. O voo
teve de ser desviado para o aeroporto mais próximo, em Houston, para que Helen fosse levada com
urgência a um hospital.
Segundo relatos de passageiras acomodadas próximo a Helen, ela passou boa parte da viagem
dormindo, tendo acordado apenas para jantar. Subitamente, no banheiro, soltou um grito. O Boeing
777 levava 14 tripulantes e 220 passageiros, dentre os quais cinco médicos - um cardiologista libanês,
radicado em Dallas, que ficou à frente do atendimento, e quatro brasileiros, sendo uma neurologista
clínica, uma neonatologista, um clínico geral e um cirurgião geral, aos quais se juntava uma
enfermeira, também brasileira. A suspeita inicial era de crise convulsiva. As extremidades cianóticas
(arroxeadas), a frequência cardíaca de 140 batimentos por minuto e a descoberta de que Helen havia
tomado remédios para dormir e para não precisar ir ao banheiro (Dramin e Imosec, respectivamente)
indicaram um provável caso de embolia pulmonar. Helen morreria antes de o avião pousar.
O caso da jovem brasileira ilustra um problema que exige solução legal rápida: a falta de aparato para
atendimento emergencial em voos de longa distância, a que se alia a pouca orientação dada aos
passageiros antes das viagens.
Desinformação pode custar a
vida em viagem de avião
Voar exige uma série de precauções, principalmente em percursos que durem mais de três horas. Em um ano,
490 pessoas morreram durante viagens de avião devido a intercorrências médicas, enquanto 486 morreram
em acidentes aéreos.
Reportagem de Karol Pinheiro
Edward Lai(Airlines.net)
Cristovão Bernardo