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Abril 2013 / Revista da CAASP
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Já que o senhor mencionou o Banco Central, como vem sendo a performance da sua diretoria,
particularmente do presidente Alexandre Tombini?
Eu acho o Tombini um sujeito extremamente competente. Ninguém manda no Tombini. Ele sabe
que é autônomo ­ o Copom (Conselho de Política Monetária, órgão do Banco Central) sabe que pode
decidir o que quiser, que pode subir os juros amanhã se for necessário. É ilusão imaginar que o Guido
(Guido Mantega, ministro da Fazenda) e a presidente estão contra isso.
E o Banco Central hoje tem um departamento de economia que seguramente é melhor que qualquer
departamento de economia das melhores faculdades, das melhores academias do Brasil.
O senhor ainda é muito cobrado ou atacado por ter participado do regime militar? Como o
senhor lida com isso?
Os militares não se ligavam com a execução da política econômica. O governo se reunia toda manhã
e discutia o que estava sendo feito, mas não havia interferência militar na política econômica.
Na sua longa jornada como professor, economista, ministro e político, como viu a atuação da
OAB nos momentos históricos do Brasil?
A OAB tem uma importância muito grande no Brasil. Aliás, eu brincava com o Cabral (Bernardo
Cabral, ex-presidente do Conselho Federal da OAB e ex-ministro da Justiça, governo Fernando Collor de
Melo) que, quando verteram para o alemão a Constituição de 88, acharam que a OAB era o Supremo
Tribunal Federal, de tantas vezes que ela está citada na Carta. Trata-se de uma instituição muito útil.
Quantos volumes tem sua biblioteca?
290 mil.
O que o senhor lê atualmente?
Não leio mais nada.
Qual seu escritor brasileiro preferido?
Machado (Machado de Assis).
"Os militares não se ligavam com a execução da política econômica"